Longe
de interferirem com os inúmeros privilégios que a vida me tem concedido,
encaro-os como pequeninos desgostos. Males
menores a que dou a importância que dou
pelo facto de me atingirem pela porta do inesperado. Falo de coisas banais, como estar online, numa
rede social, e perceber que os mesmos que não têm pudor em (ali mesmo) se
servirem de mim, se disso precisarem,
são incapazes de me dizer: olá, tudo bem! quando se apanham servidos ou já não
precisem dos meus serviços.
Digamos,
que sou uma ferramenta. Com préstimo quando necessária, um estorvo que não se
sabe bem onde arrumar quando não faz falta.
Dito
assim a coisa pode até ser interpretada como uma mágoa que carrego, eu sei.
Porém, longe disso, ela não belisca nem um pouco a alegria interior que me
pulsa no coração. Fazer dela este (e outros) relatos tem um só propósito
(entenda-se, um fim à vista), o
de deixar aos meus o ensinamento maior da vida – respeito é ter memória e
gratidão. E, não me refiro aquela gratidão fingida que todos sabemos, essa é
como as nódoas nas camisas brancas, nota-se à distância. Refiro-me ao ímpeto de
gratidão que faz daqueles que a usam os seres humanos superiores com que todos já
nos relacionámos. Sobretudo nesse particular contraste com os merdas em que nos tornamos
quando, dia a dia, fazemos da indiferença essa forma fantástica de
relacionamento.
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