terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

a tormenta do costume

Adoro o mês de Fevereiro (e o Março idem). O telemóvel continuamente a escancarar-me a vida como uma porta sem trinco. Todos a pedir ajuda, um bocado da alma a preço de saldo, um favorzeco fiscal, o esclarecimento de umas dúvidas. Não é para mim, é para a vizinha, dizem uns. Outros, expressam apenas gratidão: não te chateio mais, prometo. E voltam para o ano. Essa é uma certeza tão densa e inabalável como o peso do cimento. Fico parvo com a lata de ambos. Adoro ficar parvo em Fevereiro e Março.

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