domingo, 23 de fevereiro de 2014

compulsão



Há uns bons anos que trago comigo um hábito ao qual dedico uma certa fidelidade de podengo. O de esgotar a leitura (leia-se, consumir toda a obra) dos escritores que me são favoritos.

Comecei  a dar-me conta dele com o Gabriel Gracía Márquez (a minha primeira vítima) e depois, ao passar pelo Saramago (de quem me saturei a meio obrigando-me a fazer um intervalo), ou mais tarde pelo J.M.Coetze, num longo período em que sofri de uma assumida avidez no consumo de nobéis, depressa me apercebi que o mal se tinha instalado.

E, se é verdade que se trata duma mania que  faz um efeito monótono nas prateleiras das estantes, há que dizê-lo, recupera-se desse prejuízo com o entusiasmante prazer de podermos continuamente saciar o agrado.


Ora, foi também assim que me tornei viciado em José Rentes de Carvalho de quem tenho compulsivamente consumido tudo o que me passa ao alcance da mão.  E, tudo isto para vos dizer da forma implacável como a adição se manifesta, fazendo-me andar aqui já há uns dias a previr a chegada do anunciado «Portugal A Flor e a Foice»

É muito sofrida a vida de um ansioso consumidor, acreditem.

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