Tenho toda a má opinião que é possível ter sobre as redes sociais.
Acho-as umas verdadeiras montras de nós
próprios no que respeita ao estendal de misérias que por lá vamos pendurando. E, mesmo descurando o que podia delas sobrar
olhando-as pelo lado bom, isto reportando-me à definição que já alguém lhes deu,
de uma espécie de cuidados paliativos para a
solidão, o que possuem de mau é suficiente para que delas não use mais do que o
indispensável a que não me classifiquem de info-excluído (sendo que o ‘info’
provém aqui de informática, não de informação).
Na maioria das que visito,
nelas incluindo as de algumas das minhas amigas (amigas é aqui uma generosa forma
de expressão minha) que as usam apenas para se porem a jeito, ou mostrar o
rabo, como queiram interpretar-lhes as tristes figuras que fazem,
encontro uma espécie de curriculum de vida que equiparo aqueles pratos de
cozinha de autor, que ainda mal os comemos e já estamos mesmo a ver a barrigada
de fome que nos espera, pois, a maioria, dizia eu, faz-me trepar pela espinha
um arrepio dos grandes.
Depois, sobram as outras,
onde a intransigente defesa das regras da privacidade, por parte dos donos, me
faz respeitá-los à consignação, ou seja, não sem que fique à espera de um dia
os ver por a cabeça de fora, e perceber de que é feita a sua incomodidade por
essa triste forma de exposição pública.
É assim que, este encontro de
opiniões a que vos remeto agora (aqui, no Ladrar à Lua), colhe da minha parte um conforto
indecifrável, mais ainda pela forma magistral como a metáfora dele consegue
expressar em poucas palavras o que eu levaria
20 ou 30 anos de escrita para vos tentar dizer.
Sem comentários:
Enviar um comentário