Comecei por ver os vídeos. Arrisquei um
primeiro discurso (introdutório), da
autoria de um dos muitos convidados, e, ainda antes que chegasse a meio, passei
ao seguinte. Piorou mais ainda, mesmo aparentando que tal não seria possível.
Mas foi. Depois, experimentei as opiniões pessoais, escolhi ouvi-las de um ou
dois rostos que me pareceram familiares.
O tom era convicto mas o verbo sem nexo, desarticulado, numa oratória
pobre, que comia artigos, sem o dom da palavra. Quem os convidou melhor faria
se lhes tivesse pedido salmos e orações, em vez de ideias. Não as tinham,
misturavam por isso uma quantidade de
pensamentos (estilhaços deles) que não encaixavam uns nos outros e que nada
formavam afinal. Uma espécie de sortido feito com migalhas e restos, sobras de
outros eventos assim, sem algo que desse ponta à meada. Finalmente, passando os olhos pelas galeria
das fotos concluí. Está feita a apresentação. Lançada a primeira pedra. Não
diferindo o que foi visto daquilo que era esperado, e com o histórico de projectos que lhes
conheço, assim, também inúteis, o futuro parece-me promissor. Fosse eu a dar continuidade à obra e já estaria agendada a missa do
sétimo dia. Só esta projecção no tempo
(se bem que sete dias já me pareçam muitos) seria capaz de me tolher a vontade
de chorar o tempo perdido e o dinheiro gasto, claro.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
opiniões
Prezo as opiniões que recebo. Umas mais
vincadas que outras, acolho-as a todas sem distinção. A maioria dos que se
dignam emiti-las financiam com tal gesto um interesse que me é dedicado e que
valorizo. Sinto-me lisonjeado até, por
vezes. Faz assim, não faças assado. Uns
cheios delas, outros menos. Há os que as têm fáceis e os que as emitem
fortes. Salvo melhor opinião não me
parece nunca que lhes deva ser
indiferente ou intolerante. Escuto-as
e arrumo-as no sítio próprio. Às que me
servem, guardo-as no saco da importância, tomo-as por guia. Às outras, as que
não passam de banais e ilegítimos exercícios de direito ao palpite, vindas de
quem crê que tudo sabe e a quem tudo é permitido (mesmo quando trazem em si o perigo de que
nelas acredite), acato-as como se fossem
elogios que me fizessem falta. E, quase
sempre, ignorando-lhes a deprimente falta de conhecimento, acondiciono-as
também, junto com os restos do frango, as embalagens vazias de margarina, os
lenços de papel usados e as cascas e os caroços de fruta podre.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
gosto explicado
Gosto muito da minha caixa de correio do gmail. (Isto, descurando, é claro, a insuportável monotonia do inbox.) Acho-a muito
interactiva. Mexe comigo até, às vezes. Então quando escrevo certos mails, nem
vos conto. Basta que num deles deixe escapar, inadvertida, a palavra «orgasmo», ou outras da família, e vocês nem
imaginam a lista de ‘sponsored links‘ que me aparecem ali do lado direito.
Alguns até me levam a ruborescer. Foda-se!
domingo, 27 de abril de 2014
plástico
Chegaram e sentaram-se. Não nos
cumprimentámos. Não me surpreende. Há gente assim em todo o lado. Chamam-lhes
distraídos. Eu chamo-lhes malcriados. Optei por concentrar-me na TV, ao fundo,
sobre a arca frigorífica. «Tamãe queres frangu mori?» - ouvi-a perguntar. Esforcei-me mais
ainda. O mori tamãe ía querer frangu. Perguntou se trazia batata frita. Vai
trazer, acalmaram-no. Sobre a mesa, estrategicamente colocados ao alcance de
todos os olhares, os cordões umbilicais, da Nokia, ou da Samsung, ou lá do que eram.
Topos de gama, é claro. Do tamanho de folhas A4. Há quem lhes chame smartphone’s,
mesmo quando, como é o caso, apenas servem para fazer chamadas, enviar sms’s e
tirar fotos. «Olha, mori, inda
tenho o relógio na hora antiga, és capax du acertar?». E ele que sim. E ela a dar-lhe o
pulso. Com relógio. Vistoso. Enorme. Verde eléctrico. Daquele que arranha a
vista. «Tens du tirar.». E ela que sim. «Ora
cá temos nós. Dois franguinhos. O que vão beber?». « P’ra mim pode ser uma imp’rial. E
p’rati mori?». «Eu
quer’uma Pepsi.». E
eu a esforçar-me. Já a abrir caminho na direcção do céu, a levitar, com a maçã
assada empurrada a golinhos de água. «Olha mori na consigo acertá-lu. Logo
à noite eu veju.».
Chegam as bebidas. Chega também a pergunta: «Vai querer café?». E eu que sim. E eles já dentro do
prato a chafurdarem. E eu pelos ares, muito informal, na direcção do balcão,
onde bebi o café e paguei. Desculpem moris, não consigo. Sou alérgico ao
plástico que vos reveste os neurónios.
sábado, 26 de abril de 2014
uma vaga indignação
São quase onze horas. É tarde. Quero lá
saber que não se perceba se é noite ou dia. Há momentos em que ler nas
entrelinhas é indispensável. E depois estou sem pachorra para mais explicações.
Já tenho a minha dose de banalidades por hoje. Algumas das que li eu até era
capaz de as ter adivinhado antes. (Sim, porque adivinhar depois não é fácil, eu sei).
Antes de lá entrar, queria dizer. Antes de lhes abrir as caixas de sofrimento.
De lhes ler o penar do costume. As ladainhas do seu viver sem desvio ou emoção.
Numa espécie de grandiosidade oca. Porra a vida não é sempre um arco-íris,
todos sabemos, mas há limites para tudo. Não é novidade. Quero crer que não
seja. Às vezes tenho a impressão que eles acreditam (ingenuamente, bem se vê)
ser suficiente aflorar as coisas com ar desprendido. Numa espécie de
'ao-de-leve'. A mim magoa-me mais a dor servida assim, em golfadas de pieguice.
Inútil. Despida de realidade. Perigosamente igual. Como é próprio dos
vendedores de feira. Detesto palmadinhas nas costas. E gente sem outros
talentos que não sejam o da bajulação, também.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
um fresco social
25 de Abril de 2014
É difícil
acrescentar o que quer que seja a tudo que já foi dito sobre a data e a efeméride. Assim deixo-vos apenas este notável fresco social.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
para deter o bipo ou o soluço
Numa modesta homenagem
(que fui desencantar aos escuros corredores da recordação do senhor meu avô), aqui destaco hoje uma ‘pérola’
extraída do centenário ‘Manual de Sobrevivência’ que ele me deixou em herança -
“O NON PLUS ULTRA
DO LUNÁRIO”, datado de 1912 .
Atentem no requinte
do verbo, na subtileza do adjectivo, na
delícia do linguajar, em suma.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
constrangimentos sociais
Se fosse possível converter em dados estatísticos os
convites que me fazem, e que recuso, atingir-se-ia um score (mais que provável)
de seis em dez. Na verdade, até eu me considero um resistente quando se trata
de evitar misturar o prazer gustativo com o desprazer de certas companhias.
Refiro-me a convites para refeições, é evidente.
Ainda assim, numa estranha e
assaz difícil exigência de compreensão, há quem não desista de o tentar. Hoje
por isto, amanhã por aquilo, há uma regra (das perversas) a fazer com que,
quanto maior a minha intolerância a certas companhias, mais vastas são as probabilidades de se repetirem (ad nauseam), os convites que delas me chegam.
É
de tal ordem que já nem sei se é de gozo ou de alívio a expressão que me fica
quando estes casos se produzem e os evito com o melhor da minha simpatia.
Todavia, como se não desistissem desse sonho, há humanos que fazem questão de
ignorar as minhas sucessivas desculpas e continuam a tentar seduzir-me para
a mesa com a mesma determinação de quem se dispõe a regar o deserto (na
esperança de o tornar produtivo, pois claro.)
Dito isto, que fique claro: não sou do tipo de exibir
caretas de nojo quando chego perto de alguém, mas, há limites. Especialmente
quando se trata de aceitar a presença de gente com quem não temos uma única
ideia em comum. Ainda assim, reconheço, nem sempre me ficam ocultos os
incontroláveis bocejos que se soltam do motor de os fazer. Sou mesmo um gajo
pouco fadado para o fingimento.
domingo, 20 de abril de 2014
o corcunda da Evax
Ontem dormiram cá os petizes. O infante mais
velho, comigo. O bébézão, com a avó, no ex-quarto
da mãe, agora convertido em quarto dos netos. Antes de adormecer, por entre as distraídas
imagens do Corcunda de Notre Dame que passava na TV e que ele já via pela enésima
vez, fomos trocando impressões sobre algumas das cenas. Só as que lhe faziam
mais confusão, digamos assim. Sim, porque isto de ver as estátuas a falar causa
dúvidas em qualquer cabeça de 5 anos. Já viste avô, que as estátuas falam com
ele?, foi a pergunta que despoletou o nosso diálogo. O desgraçado do miúdo
arranja-me sempre com cada imbróglio para as noites de Páscoa. Bom, lá me muni
dos meus melhores brios (nem imaginam os piores) e bem ou mal dispus-me a
explicar-lhe o que estava a ver. Isto, claro, em linguagem que ele pudesse
digerir, sem necessidade de guia-intérprete e evitando os yas, os bués e os
fixes do seu habitual dialecto. E assim
foi a coisa. Consegui passar-lhe a minha história, sobre os efeitos da cinematografia e os buracos negros das ilusões
que ela nos provoca, sem lhe destruir a capacidade de encantamento que qualquer
puto deve conservar enquanto não descobrir que a fantasia é uma coisa sem pingo
de capacidade emocional quando é vista assim, pelo lado da costura e dos pospontos.
No entanto, apesar das duas ou três vezes em que me franziu a testa e me olhou
meio de esguelha, achei-o bem mais convencido do que quando na semana anterior,
durante as compras do Jumbo, apontando para a prateleira dos pensos higiénicos
da Evax, me informou: olha avô, às vezes a minha mãe põe coisos destes dentro
das cuecas, disse ele, fazendo um gesto a imitar a descrição. E eu, que curto
bué estas saídas dos putos, capazes de me deixarem a imaginação quatro dias a
sangrar, só tive discernimento para lhe fazer derivar a atenção e perguntar: sabes
a que horas joga o Benfica amanhã? E ele, que não sabia (é claro), lá tratou de
me aquietar: não, mas o meu pai sabe de certeza. E lá se concentrou de novo na
playstation, indiferente aos gritos e às unhadas com que eu me autoflagelava enquanto
amaldiçoei a minha falta de preparação
para ser avô.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
prefiro-os banais a mentirosos
Tenho para mim que o problema (há outros, mas
enfim…) dos Primeiros Ministros é esquecerem depressa a modéstia (modéstia é
aqui um eufemismo) do seu passado e da sua origem, associada à falta de pudor
da sua superior condição de mau exemplo para os nossos filhos.
É triste uma pessoa tanto querer o bem para a
família e depois não poder dar-lhe melhor que isto.
domingo, 13 de abril de 2014
o lado letal das redes sociais
Tenho toda a má opinião que é possível ter sobre as redes sociais.
Acho-as umas verdadeiras montras de nós
próprios no que respeita ao estendal de misérias que por lá vamos pendurando. E, mesmo descurando o que podia delas sobrar
olhando-as pelo lado bom, isto reportando-me à definição que já alguém lhes deu,
de uma espécie de cuidados paliativos para a
solidão, o que possuem de mau é suficiente para que delas não use mais do que o
indispensável a que não me classifiquem de info-excluído (sendo que o ‘info’
provém aqui de informática, não de informação).
Na maioria das que visito,
nelas incluindo as de algumas das minhas amigas (amigas é aqui uma generosa forma
de expressão minha) que as usam apenas para se porem a jeito, ou mostrar o
rabo, como queiram interpretar-lhes as tristes figuras que fazem,
encontro uma espécie de curriculum de vida que equiparo aqueles pratos de
cozinha de autor, que ainda mal os comemos e já estamos mesmo a ver a barrigada
de fome que nos espera, pois, a maioria, dizia eu, faz-me trepar pela espinha
um arrepio dos grandes.
Depois, sobram as outras,
onde a intransigente defesa das regras da privacidade, por parte dos donos, me
faz respeitá-los à consignação, ou seja, não sem que fique à espera de um dia
os ver por a cabeça de fora, e perceber de que é feita a sua incomodidade por
essa triste forma de exposição pública.
É assim que, este encontro de
opiniões a que vos remeto agora (aqui, no Ladrar à Lua), colhe da minha parte um conforto
indecifrável, mais ainda pela forma magistral como a metáfora dele consegue
expressar em poucas palavras o que eu levaria
20 ou 30 anos de escrita para vos tentar dizer.
sábado, 12 de abril de 2014
a infinita doçura das palavras
Há momentos
em que o divino (ou alguém por ele) se dispõe a entornar sobre nós uma estranha
generosidade de imprevistas memórias. Este aconteceu na passada semana.
Pedira-se ao
petiz – prestes a comemorar o seu 5º aniversário – que ajudasse a fazer a lista
dos convidados para o evento.
- Afinal,
quem é que queres tu convidar para a tua festa de anos?
Então,
voluntarioso e participativo, o garoto lá tratou de relacionar um a um os
elementos da família, e afins, que ele gostaria de ver presentes no dito
acontecimento.
O pior foi
que, incluído na sua recitada lista, logo após a meia dúzia de nomes mais
óbvios (pais e avós), e quando ainda faltavam mencionar alguns daqueles que são presença obrigatória (tios, primos, amigos íntimos), o ouvimos pronunciar, na infinita doçura das suas palavras - O BIVÔ (O ‘Pá’, como
ele lhe chamava).
Ora, não
haveria aqui aparente contrariedade não fosse a singular e inopinada
circunstância do ilustre relacionado, o bisavô, ter falecido há pouco menos de
8 meses. O que nos deixou a todos visivelmente embaraçados já que trazíamos em
nós a firme convicção de que a criança não mais se lembraria dele, depois
de, numas quantas abordagens que então nos pareceram suficientemente explicadas
e assimiladas (ocasiões festivas do Natal, do fim do ano e outros eventos já
decorridos), se ter introduzido ao rapaz a finitude da morte.
Afinal, raio
de chatice, não somos só nós, adultos (eternas vítimas dessa limitação), que
olhamos a morte como uma tristeza passageira que nos carrega de nuvens escuras
o prazer de viver, mas que há-de passar, um dia. Ao que parece, também para os
inocentes príncipes, à beirinha dos 5 anos, o falecer é um estado passageiro
capaz de ceder ao alívio que precede todos os contratempos. Capaz até de trazer de volta os defuntos, a tempo da festa do seu aniversário.
sexta-feira, 11 de abril de 2014
o prazer é invisível
A par de tudo
isto que por aqui se lê, vão passados seis meses desde que dei forma a este espaço
de respiração. Ao revê-lo, como por vezes faço, sinto-o confinado a uma
pequenez que pouco mais lhe dá do que a condição de baldio palavroso. Um local
exíguo de satisfação que funciona como válvula de escape das dores mais
penosas de suportar (algumas delas que até me são alheias, por
sinal).
É daqui,
desta aridez de deserto, que reparo nas sombras que me ameaçam, nas ilusões e
nos enganos que me alimentam, no fio com que vou tecendo a vida e colorindo as
angústias.
Por tudo
isto é sempre imponderável o que daqui
se desencadeia em consequências (já que tudo as tem),
mesmo que algumas delas nem sequer sejam visíveis a olho
nu. Ou, que tantas outras já se pareçam com dolorosos acontecimentos ainda antes de o serem.
Em suma, o
uso que dou a este utensílio (da escrita) que hoje me cura e amanhã me
mata, é o mesmo que possui o remédio que, quando não fazendo nem uma
coisa nem outra, pelo menos abranda o sofrimento.
E depois, na
próxima consulta, a médica, caridosamente, perguntar-me-á: continua a perder o seu tempo a autoflagelar-se?
E eu,
consciente da minha fragilidade, arredondando a resposta (e a mentira),
digo-lhe apenas: às vezes, muito poucas (raras mas marcantes).
sábado, 5 de abril de 2014
a política (outra vez) a induzir-me um nojo inigualável
A política
chegou a tal miséria que mistura o rigor, a exigência, os sacrifícios e a
contenção que diariamente nos são impostos com o desperdício do erário público num sorteio que fere a inteligência e ilustra o cinismo de quem nos dirige.
A conclusão
é que não se
incomoda, quem nos governa, com o cortar na saúde, na educação ou no apoio aos
inúmeros carenciados, se o dinheiro público se destinar a ser esbanjado assim.
Não há pão!? Comam Audis. Ah, e peçam
facturas.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
agora, volto ao princípio
Que posso dizer do meu passado?
Pouco, quase nada. Talvez, mais que tudo, concentrar-me no
esforço para que ele me enriqueça o futuro. E, muito mais ainda, não deixar que
a ferida por ele aberta me faça recordar as más horas que nele vivi. Ou então,
assegurando que não o trocava pelo incerto futuro que me espera, dizer assim o
que as palavras calam. Nada.
Agora, volto ao princípio, a levar o tempo ao seu início.
terça-feira, 1 de abril de 2014
o amanuense
O
amanuense não é só. Faz par com a sua pose distinta a ilusão de que é alguém
que não confere. Um ser que se acha acima, não se percebendo no rés-do-chão da
existência. Lá onde nada mais pesa que não seja o espaço que ocupa no lugar antes
vazio. No entanto, oferecendo-me a sua disposição - que não a simpatia ou o
préstimo - lá me servi e esperei que da mão lhe saísse o trabalho feito. O
tempo foi-se, uma vez, duas, três. O prazo escoado não me trouxe nem o trabalho
nem a explicação do que o tardava. Por isso, passada a demora que o bom senso
impõe, lá arrisquei o recordar. Estará esquecido? Que não, explicou a colega.
Só não há resposta por não caber na lei o pedido formulado. Mas, fiz-me eu
valer argumentando com a disponibilidade do amanuense, seu colega. Ah, esse,
disse-me ela, uma besta, não sabe o que diz, é não lhe dar ouvidos. E eu que já
outras vezes lhos tinha tirado, pensei para comigo: afinal não há muito a
esperar, chega um dia, uma hora qualquer, um momento sem importância, e é
quanta basta para que a presunção se escoe pelo cano da realidade. O amanuense
é um engano que só o tempo esconde. Esperada a sua passagem o que fica é só
mais uma das suas (muitas) aparências. Como o Mercedes à porta do serviço, a
vistosa casa sempre fechada, as reservas agrícolas em crescimento, os anéis de
ouro, e ainda, inevitavelmente, a débil inteligência.
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