Numa postura cujas razões é prudente não
demandar descobri que hoje em dia, já livre do aperto da ‘gravata’, passo por
eles e incho os ombros. Olho-os de igual para igual, como se fosse isso coisa
que antes me estava vedada. E estava, claro que estava. Mas agora, talvez num
excesso de pose cuja vanglória desconhecia ter, cruzo-me com eles e, fazendo-os
sentir quanto os considero, pisco-lhes o olho. Outras vezes não. Olho-os apenas
de frente, com o mesmo desdém com que antes me trataram. Sabem qual é? Aquele que
eles, lá do alto da íngreme
escadaria da sua majestade, dedicam aos mendigos a quem dão esmola em
dias certos. Uns merdas, como diria o senhor meu progenitor que sempre foi
muito certeiro em tiro de precisão.
Sem comentários:
Enviar um comentário