sábado, 31 de outubro de 2015

viver num país riquíssimo

Na sexta-feira, passei distraído pela frente da TV, no preciso momento em que eram transmitidas imagens da posse do novo governo. Assisti assim a alguns breves segundos daquele mise en scéne do costume. Um séquito enorme 
(enormíssimo) 
de gente – umas centenas - que vence acima do que valerá ou produzirá, atarefada nas suas diligências de entrar nos carrinhos conduzidos pelos seus esmerados motoristas, mordomia a que o cargo de governante num país riquíssimo como o nosso lhes dá direito, entre outras, 
muitas outras.

Depois, ainda enojado pelo que presenciei estar ali a acontecer, lá voltei às minhas leituras, nas quais me vi aflito para me concentrar face à manifesta impossibilidade de esquecer 
(ou ignorar)
que SOMOS NÓS OS CONTRIBUINTES QUE ALEGREMENTE FORNECEMOS A MATÉRIA-PRIMA PARA O QUE ALI SE PROCESSA.
Em suma, é profundamente estranho que neste país, este simples acto de assistir a um governo que começa a governar não seja uma coisa bonita de ver.

Sem comentários: