segunda-feira, 16 de novembro de 2015

olhem-me para a rapidez do tempo. já viram bem?

Tudo o que o tempo faz de nós (bom ou mau) sabe muito melhor (ou custa menos) se o acolhermos como um empréstimo. É verdade que não podemos negociar o spread, mostrar má cara à taxa de juro ou ameaçar que mudamos de agiota; mas que diabo, quem é que não faz asneiras e maus negócios?
Daí por diante, por muito que mudem as variantes, o que nos cumpre pouco mais é do que uma escolha sem saída - ou pagamos ou devolvemos.
Qualquer hesitação (e o autor destas linhas teve muitas) será punida à razão de desconfortos vários: arrependimentos, remorsos, angústias, medo, muito medo. Principalmente ao temer que tenha sido pouco (quase nenhum) o amor que dei e o bem que fiz (menos ainda) aos que mais quero.  

A velhice é tramada, nunca devíamos aceitar empréstimos em troca da hipoteca da saúde. São um castigo por saldar e o único benefício que permitem é o descartável prazer que deram. Ao que parece não é permitida bagagem nas viagens só de ida. Escusam de ter ideias, abram mas é mão do lastro que vos prende, quanto antes. Se for de amor (ou de admiração) não deixem nenhum para o fim, por pagar ou devolver. Olhem-me para a rapidez do tempo. Já viram bem?

Sem comentários: