Tudo o que o tempo faz de nós
(bom ou mau) sabe muito melhor (ou custa menos) se o acolhermos como um
empréstimo. É verdade que não podemos negociar o spread, mostrar má cara à taxa
de juro ou ameaçar que mudamos de agiota; mas que diabo, quem é que não faz
asneiras e maus negócios?
Daí por diante, por muito que
mudem as variantes, o que nos cumpre pouco mais é do que uma escolha sem saída - ou
pagamos ou devolvemos.
Qualquer hesitação (e o autor destas
linhas teve muitas) será punida à razão de desconfortos vários:
arrependimentos, remorsos, angústias, medo, muito medo. Principalmente ao temer
que tenha sido pouco (quase nenhum) o amor que dei e o bem que fiz (menos ainda)
aos que mais quero.
A velhice é tramada, nunca
devíamos aceitar empréstimos em troca da hipoteca da saúde. São um castigo por saldar e o único benefício que permitem é o descartável prazer que deram. Ao
que parece não é permitida bagagem nas viagens só de ida. Escusam de ter
ideias, abram mas é mão do lastro que vos prende, quanto antes. Se for de amor
(ou de admiração) não deixem nenhum para o fim, por pagar ou devolver. Olhem-me para a
rapidez do tempo. Já viram bem?
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