Não estão as pessoas acostumadas a dar.
Uns por estarem habituados a só receber por cobrança, outros por temerem que imerja do
gesto o compromisso conquistado ou o direito assumido. É por isso que, às
espontâneas e gratuitas dádivas que faço, confiro sempre a ilusão de que mais
não são que convites para almoçar, que aceitei realmente reconhecido.
Perceba-se, pois, o que leva a que fujam de dar (como o diabo da cruz), os que,
desconfiados, sempre o fizeram sem disfarçar a cerimónia e os enfeites ou o
fatinho novo e as muitas fotos. É isso
que me faz admirar muito a fé católica da gente pequena que organiza eventos a
que não vou. Que me pede explicações que não dou. E que desprezo por fazerem de
tudo pequeninos logros, enormes embustes, merdosas negociatas. Dar (nem que seja amizade) é nada esperar em troca.
Sem comentários:
Enviar um comentário