Não se lhes ouve pronunciar uma preferência,
um escritor favorito, um título de um livro que seja. A maioria deles acham que
ler é perder tempo. Um tempo de que nunca dispõem e em cuja falta se escudam.
No entanto, o acesso às auto-estradas virtuais confere-lhes (a todos) um estranho
entusiasmo cultural. Como se, falando de coisas que por aqui vejam, ou lhes marquem
o imaginário, assim consigam abarcar os limitados saberes que não têm. E é
disto que são feitos os que hoje se sentem iluminados, apesar de outrora cegos.
Efeito farsola dos tempos que se vivem neste habitat, alumiados por clarões duma
enganadora realidade, usada por pessoas fúteis (leia-se, vazias), donas de uma
ignorância de pasmar, que à mais pequena distracção sujam até aquelas que o não
são. Cuidado com os contágios!
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