quarta-feira, 12 de novembro de 2014

o saber como prima causa

Não se lhes ouve pronunciar uma preferência, um escritor favorito, um título de um livro que seja. A maioria deles acham que ler é perder tempo. Um tempo de que nunca dispõem e em cuja falta se escudam. No entanto, o acesso às  auto-estradas virtuais confere-lhes (a todos) um estranho entusiasmo cultural. Como se, falando de coisas que por aqui vejam, ou lhes marquem o imaginário, assim consigam abarcar os limitados saberes que não têm. E é disto que são feitos os que hoje se sentem iluminados, apesar de outrora cegos. Efeito farsola dos tempos que se vivem neste habitat, alumiados por clarões duma enganadora realidade, usada por pessoas fúteis (leia-se, vazias), donas de uma ignorância de pasmar, que à mais pequena distracção sujam até aquelas que o não são. Cuidado com os contágios!

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